sábado, 13 de agosto de 2011

Respirar

"O todo dói. Tudo não respira. É difícil não pensar. É difícil sair da métrica de uma frase ou de um pensamento. Qual será meu próprio desejo? Qual será o meu desejo? As vezes acho que me acumulo demais e não sinto o que vem de fora, é tanta coisa por dentro. Ontem eu silenciei, consegui por um desencontro de vontades. Eu parei e não desejei, não corri a traz, simplesmente aceite. é tão bom aceitar, não ficar esperando"

Estou me propondo a apenas estar, sem expectativas

...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Caos. Estranho. Eu não sei como fazer, nem o quê, nem quando. Aonde está? O que é? Como instaurar? Como?
Eu não acho o caminho. Eu procuro, procuro. Acho que já dei passos; às vezes largos, às vezes tortos...
Estar em processo.
E aonde enfiar a artificialização?
De meu próprio artificial desdenhado, escondido, travestido? Eu poderia dizer ou... o que me trava? Aonde é que estamos nisso tudo?
Dúvida. Autonomia. Identidade?
não saber.
aprofundá-lo?
É como se eu pudesse. Mas não sei se sim.

Move



Vídeo enviado pelo Doug.
Tá Incorporado.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mapa Mundi - Bagagem IMP


Bagagem IMP - danças que carrego comigo

O projeto Bagagem IMP deseja carregar pelo mundo as experiências, danças e memórias do núcleo de pesquisa Investigação do Movimento Particular.

O que difere uma sequência simples de movimentos se ela é dançada em diferentes cidades do mundo? A nova paisagem, a cultura local, o olhar estrangeiro interferem e/ou agregam novos significado à esta dança?

Por diferentes motivos e vontades vários integrantes do Núcleo de Pesquisa em Dança Contemporênea IMP fizeram ou em breve irão fazer suas malas para viajar e conhecer outros-novos lugares. O conceito de olhar estrangeiro, daquele que vê pela primeira vez, a sensação de estranhamento ou de fascinação pelo novo, pelo outro, são elementos que nos transformam internamente, transformam nossa relação com o mundo e porque não dizer transformam nossa relação com a própria arte, com a dança.

O projeto Bagagem IMP se constrói a partir de uma sequência coreográfica simples e potente, interessantes tarefas para trazer na bagagem e um desejo imenso de carregar nossas danças particulares para outros-novos lugares.

Quem dança? Onde dança?

Maíra Lour – NYC/EUA
Juliana Adur – Berlim/ALEMANHA
Juliana Kis – Los Angeles-Califórnia/EUA
Sarah Rosenkrantz – Los Angeles-Califórnia/EUA
Daniel Kleiber – Santiago/CHILE
Ailen Scandurra – Buenos Aires/ARGENTINA
Regiane Kusnick – Asunción/PARAGUAY
Alexandre Zampier – Cidade do México/MÉXICO
Viviane Mortean – Paris/FRANÇA
Bel Nejur – Paris/FRANÇA
Nina Monteiro – Londres/INGLATERRA
Cíntia Napoli - Berlim/ALEMANHA

*aberto para novos viajantes!

VÍDEO-DANÇA

Vídeo 1 - Participantes-performers escolhem uma locação que indique de alguma maneira o destino de viagem escolhido para o registro em vídeo da sequência coregráfica criada especialmente para este projeto.
Iniciamos a filmagem com planos detalhes no corpo e movimento e ainda não revelamos o lugar específico. A sequência é repetida 03 vezes, aos poucos a câmera vai abrindo e podemos identificar a cidade/país onde cada um se encontra.

Vídeo 2 - Participantes-performers escolhem uma locação que mais lhe interessa e propõe um improviso de dança que revele suas escolhas particulares de movimento.

Estes materiais servirão de base para a criação de um vídeo-dança que será apresentado no LAB_09 em dezembro de 2011.

PARA TRAZER NA BAGAGEM

Tarefa 1: Gravação de áudio voltada ao idioma do lugar em que se estará.
Essa tarefa é composta de duas partes (e quando eu digo partes não significa que uma dependa da outra ou deva ser feita antes ou depois dela; é só uma questão organizacional, não hierárquica):
- 1ª parte: fazer uma gravação de alguém falando ou de uma conversa na língua local, na situação em que se achar pertinente. (pode ser uma gravação feita num ônibus, mêtro, num evento, num café, no lugar que se quiser, contanto que a gravação fique boa);
- 2 ª parte: fazer uma gravação de um texto específico na língua local. (há que se definir qual; seria legal uma coisa simples, mas bonita). O mesmo texto em diferentes línguas. Quais as diferenças de ritmo, de sonoridades, de velocidade, de tamanho das palavras? e tudo mais...
*É importante, aqui, que quem fale seja uma pessoa nativa; porque gringo falando a outra língua sempre rola um sotaquinho que difere.

Tarefa 2: Objeto Significativo
- Essa tarefa consiste em se escolher algum objeto que teve importância pessoal na viagem (objetiva ou subjetivamente). Algum objeto que se encaixe nessa ideia de bagagem. Que tipo de sensação, de lembranças e de história esse objeto traz consigo? Um objeto que tenha uma importância que gere a vontade, o desejo, de se querer compartilhar com o grupo aquilo que ele carrega. Seria interessante se fosse um objeto que surgiu na viagem, mas acho que pode ficar a critério de cada um pois, para essa tarefa, o foco é a potência de afeto que esse objeto traz consigo;

Tarefa 3: Imagens
- fotos do ambiente urbano: tirar fotos de sinaleiros, padrões de calçadas, placas de ruas, de alguma praça e algum meio de transporte do local (quanto mais específico, "diferente", melhor). se surgirem mais ideias de coisas que componham o ambiente urbano, ótimo; (talvez pensarmos em algo mais específico voltado pra arquitetura pudesse ser legal também. Ou algo voltado pra história do local. tipo: tirar uma foto da construção, do monumento - ou o que quer que seja - mais antigo que a pessoa encontrou, passou, viu, sei lá... enfim, são ideias :D)
- foto de uma comida típica (huuuum) que a pessoa provou.

Tarefa 4: Souvenirs
- Vamos assumir, incorporar e re-significar o óbvio também, por que não? Então, trazer um imã de geladeira e um cartão-postal :) (talvez pudesse ser mais do que um imã, porque depois, se resolvermos fazer exposição de fotos ou algo assim no painel, a gente pode usar os próprios imãs pra prender as imagens, textos...)
- Ah! Não é souvenir, eu sei, mas trazer também uma(s) moedinha(s) do lugar!

Tarefa 5: Embalagens
- trazer cinco embalagens que só se encontram naquele lugar! (não que SÓ se encontrem lá, mas que dificilmente seriam encontrados em outros lugares e/ou aqui no brasil). pode ser do que quiser. usemos a criatividade!

Tarefa 6: Antíteses
- Essa consiste em fotografar (também) coisas, lugares ou situações que causaram as sensações de a) estranhamento e b) fascinação. (o interesse é justamente a oposição entre as duas coisas, lugares ou situações. A do estranhamento é muito interessante se encarado pelo viés cultural, daquilo que é normal naquela cultura e não na nossa e, por isso, estranhamos. não uma coisa qualquer feita por um único cidadão no mundo - embora também possa ser... - mas aquilo de diferente que, de alguma maneira, relaciona-se aos hábitos de uma sociedade toda;

Tarefa 7: Registros em filmagens
- 1ª parte: Filmagem de gestualidades. Ahhh! Aqui seria interessante deixarmos bem abrangente, pra que cada um bote um pouco de si na escolha daquilo que considera gesto, que lhe interessa em relação à isso e como pensa que isso deveria ser trabalhado na filmagem.
- 2ª parte: Filmagem de uma dança do lugar. Alguém dançando, qualquer dança, não precisa ser típica. hahahaa é isso aí;

Tarefa 8:Registro por escrito
- Conforme sugerido pela Ju Adur, um registro por escrito de um momento marcante da viagem, como num diário de bordo (e se alguém quiser escrever um e compartilhar maaais coisas ainda seria lindo :);

Estes materiais serão compartilhados com todo o grupo para possível inspirações e novas criações em dança para o LAB_09 em dezembro de 2011.

Desejamos a todos uma Boa Viagem!





terça-feira, 2 de agosto de 2011

A flor da pele


As coisas mudam. É difícil por em ordem. Tudo está tão forte, grande e intenso. E dentro sinto um turbilhão, que borbulha e quer ir pra fora e não consegue. Dai pesa. Já pensei em abrir o peito para ver se sai tudo pra fora e ver se eu me sinto um pouco mais leve.


Como pulsa!


Sinto o vento no rosto, e ele me atravessa. Sinto dor, e ela dilacera. Sinto medo e as pernas travam.


Sinto sinto sinto sinto enloquecidamente!


Tenho vontade de correr muito, até sentir o peito pular. E quando penso demais (cheguei a conclusão que pensar estraga tudo) eu danço... e tudo abranda. Ai eu entendo o tempo das coisas e deixo... E tudo acontece na intensidade que precisa.


Mas ainda assim penso que deveria por o peito à mostra.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Julho em dança

Momento de solidão. Desconforto. Pedindo descanso. Ele não vem. Vontade que não se dissipa ao corpo, ao movimento, fica apenas no pensamento.
A falta do interno que se abre 'nervosamente' em uma "não dança" do estado interno. A falta da paixão. A falta do movimento puro. A falta de alguma coisa "a mais".
A verdade que não é verdade. O querer que não é querer. A dança que não é dança. E que já foi dança. Hoje não é mais.
A dança de hoje já mudou. Amanhã vai mudar novamente. E a cada sexta-feira muda constantemente. Para o que é dança hoje, amanhã e sempre.