sexta-feira, 29 de abril de 2011

For: Cinthia Lago de Farias

Com não te chamei pra dançar e agora passou.
To te chamando pra escrever.
Escreve aqui.
Pra mim,
pra você,
pra nós,
pra ninguém.
Escreve uma letra pra eu saber da tua escrita,
Ou escreve uma palavra pra eu entrar num pedaço da tua cabeça.
Escreve?
Sabia que as escritas formam desenhos?
Sabia que esses desenhos tem movimento?
Sabia que esses movimentos podem ser nossa dança?

Por que eu não vi???

Não chamaram pra entrar.
Não tem "professor"?
Não, não tem!

Hoje aprendi que quando nos locomovemos sozinhos, somos "professores" de nós mesmos.
EU digo a hora de entrar e POSSO perguntar sem perguntar se POSSO.
- Entra.

Entrei e a luz que batia das janelas fazia daquela sala, espaço, casa, quadrado, por demais aconchegante.
Um pouco de sem jeito, a música me levou. Ah, um estímilo externo. Isso é bom! Vai com ela, com a música. - Eu fui.
Dança sozinha, solta o cabelo, tira a meia, usa a barra, dança a dois, a três, dança com todos e com ninguém, dança pra dentro, pra fora, dança o que vem de dentro e joooooooga pra fora.
Olha minha unha azul, parece um sonho.
Olha as pessoas, mas olha mesmo!!!
Eu não olhei o que estava escrito na porta, eu não enxergo de longe. Cadê meu oculos?
Mais por que eu não cheguei perto? Não sei mais agora vou sempre chegar... Ah, talvez tenha chegado perto algumas vezes e não tinha nada, era só minha cabeça criando pra ter.
Uma vontade que tenha alguma coisa.
Na porta? - Não, na porta tinha.
Vontade que tenham coisas aqui dentro. Mais é cheio de coisas! - Eu sei. Mais... Ah.... Sei lá. Relaxa, dança, se mexe, vai, deixa ser um outro estar.
Escuta a música, isso, me leva, leva, leva....................................................................................................................................................
Ei, ainda to sendo levada!.
Por quem, pelo que?
Pelo movimento da lembrança.

Até domingo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

JARDINS

Fui assistir o "Jardins" no final de semana passada e, ao ler a cartilha que o coletivo BATTON está distribuindo na cidade como um dos resultados finais do projeto, me deparei com o seguinte texto: Sobre dança, experiência e processo de criação. É bom saber que aquilo que fazemos também é discutido e refletido em outros espaços de pesquisa em dança. Alguns trechos:

A dança é forma de conhecimento, portanto, precisa ser explorada, articulada e compreendida. O conhecimento se dá quando o indivíduo corporifica as experiências e informações partilhadas no ambiente onde está inserido. A pesquisa em dança é um caminho para o artista encontrar novos nexos de sentido na sua relação com a dança, com a arte e com o mundo. (...)

O processo de criação e a experiência são dois eixos inseparáveis no fazer-criar a dança. Ambos fazem parte do percurso sensível e intelectual de construção de objetos artísticos. (...)

Rosemeri Rocha

Alguém mais assistiu? Como foi???

Beijos

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu busquei busquei palavras
Tentei brincar com elas
InveNtar se fosse o caso
No entanto, eu só consegui,
Sentir
Eu senti a sensação,
os cheiros, tentativa,
o olhar, os sorrisos
a respiração, o peso
a força, minha e tua(s)
o aprendizado, a vontade,
o suor e a sede...
Eu tentei buscar palavras,
mas só consegui sentir.
Tudo bem?

domingo, 17 de abril de 2011

novos começos

A mudança no ambiente
vento
mar
pessoas diferentes
nós nos tornamos
tornou-se

Quem era eu?
Quem eu sou agora?

Pensamentos


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Contatar, constatar

Ah, o encontro de hoje foi sensacional.
A sensação que tenho quando terminamos as experiências de contato me fascina, me encanta. Forte é o poder do contato em criar diferenças. De como ele reconfigura meus próprios limites, minha própria noção de meu corpo e de seus contornos, pois, na troca com o outro, novas possibilidades se fazem. E aí, de repente, já não me vejo mais eu. Me vejo nova. Como o contato com o outro cria um corpo outro, uma dança outra, uma dança nova...!
E então me percebo de qualidades antes sequer imaginadas. Meu corpo responde contato. Minha dança se faz contato. E quanto mais re-significo o entorno, os contornos de peles, de músculos e de toques, mais novos significados se criam naquilo que de tão dentro, tão fundo, chega a ser inexplicável. Re-significo meu próprio mundo.
É como se o exercício de estar disponível ao outro para que o contato aconteça com verdade abrisse canais de disponibilidade à mim mesma.  Me tornasse mais disponível comigo. Me permitisse me entregar  com confiança à mim mesma, assim como faço com aquele com quem troco.
E aí, o contato não acontece. O contato é. O contato é nossos corpos dançando no espaço, o contato é nossas trocas e dúvidas, é o lugar onde estamos e onde não estamos... O contato é meu peito se rasgando em movimento e é aquilo que me lança a dançar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

de cheiros, para sempres e coisas mais

Um cheiro na minha pele de transpiração e um sabonete que não é o meu. Mas aquele que me lembra minha ânsia em mover, mais que a mim, àquele que me envolve, àquilo que em volta.
Minha ânsia de contato comigo e com aqueles que me cativam. Meu corpo território de saberes não conhecidos mas prontos a aflorar a qualquer momento desde que um olhar, um gesto, uma brisa, reanimem-o e lembrem sua natureza de passagem. Sua natureza sim aquosa, irreversível. Daquilo que nunca retorna mas continua sempre, disposto a cruzar isso que se transpõe ao caminho e que, às vezes, sim às vezes amedronta, porque desconhecido, porque tão grande, porque tão não encaixável em fragmentos e em minha própria visão tantas vezes fragmentada e fragmentária de tudo, dos outros, de todos e de mim mesma.
Um cheiro que me lembra que aonde menos se espera mais se descobre e mais se plena, mais se vive. E se alcança. Agora ou para sempre. De todo o para sempre que pode haver no agora.

terça-feira, 5 de abril de 2011

a hora certa é a hora que acontece.

Qual é a hora certa pra acontecer as coisas???
A hora do desejo?
A hora do outro?
A hora que eu me digo pronta?
A hora do relógio, do despertador?
A hora do algo maior?
A hora que a gente cresce?
A hora que a gente cala, ou fala?
A hora...
A hora que estamos dispostos?
Disponíveis?
A hora do SIM?
Qual é?
Se minha procura se mostrou agora,
essa é a hora.
Agora.

Bel 05/abril

Está sendo assim...

O telefone tocou, a pessoa falou, o coração disparou.
Calma, eu preciso ter calma mesmo que esteja acontecendo algo que estou esperando a muito tempo ou até achasse não poder mais acontecer.
Voltei no tempo...
Banheiro do Canal da Música, Festival de Cinema, ano de 2001/2002, não tenho certeza, uma moça que diz me conhecer me dá um Oi cheio de vida. -Oiiiiiiii
Naquela época eu tava cheia de falta de vida.
Recém chegada a Curitiba, em busca de tudo e nada, perdida, enfim...
Cheia de dúvidas mais precisamente.
A menina disse pra mim: "Bel, movimento gera movimento".
Eu achei legal mais tudo que eu menos fazia era me movimentar, estava adormecida e perdida mesmo...
Hoje 10 anos depois eu lembrei disso e preciso falar pra ela: "Gabi, é verdade. Valeu"
Misticismo ou não, eu movimento idéias, o corpo, as coisas, os sonhos, a mim e o que está ao meu redor.
Movi(mo)mento!

Bel 05/abril

sexta-feira, 1 de abril de 2011

senti agora ou pensamento para continuar

eu me divido entre o belo e o que me faz ter medo,
entre o brilho e o choro...
Se eu fecho os ouvidos e abro os olhos, ao contrário, eu sinto.
Não tem jeito, uma hora ou outra eu fico sabendo e de novo
me divido entre o bonito e o estragado, solidario e nojento...
bel nejur em 01/abril