Um cheiro na minha pele de transpiração e um sabonete que não é o meu. Mas aquele que me lembra minha ânsia em mover, mais que a mim, àquele que me envolve, àquilo que em volta.
Minha ânsia de contato comigo e com aqueles que me cativam. Meu corpo território de saberes não conhecidos mas prontos a aflorar a qualquer momento desde que um olhar, um gesto, uma brisa, reanimem-o e lembrem sua natureza de passagem. Sua natureza sim aquosa, irreversível. Daquilo que nunca retorna mas continua sempre, disposto a cruzar isso que se transpõe ao caminho e que, às vezes, sim às vezes amedronta, porque desconhecido, porque tão grande, porque tão não encaixável em fragmentos e em minha própria visão tantas vezes fragmentada e fragmentária de tudo, dos outros, de todos e de mim mesma.
Um cheiro que me lembra que aonde menos se espera mais se descobre e mais se plena, mais se vive. E se alcança. Agora ou para sempre. De todo o para sempre que pode haver no agora.
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