quarta-feira, 28 de dezembro de 2011




tumulto de não saber aonde se está
curva
um caminho a seguir
- segura minha mão?
passos cambaleantes 
luneta mágica pra enxergar distante
não esquece de olhar aqui, está bem? 
não esquece de pisar, aqui.

aaah, esses sapatos apertados me matam!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Olá queridos IMPistas!

Coloco aqui o pequeno treço que li no feed back de sábado. Esse treço está no catálogo da exposição da artista Rosângela Rennó - "Notas de um turista transcendental", na caixa cultural.

"Para Rosângela Rennó, o turista transcendental seria, então, aquele que, ao viajar para um lugar, traz junto a memória de um outro lugar. Na memória do turista transcendental as lembranças pululam e proliferam, e cada lugar, cada objeto, cada monumento atrai e superpõe todos os lugares, todos os objetos, todos os monumentos. Assim, as imagens - as lembranças - , se deslocam, se confundem e se sedimentam em camadas diacrônicas".

"O turista transcendental é, então, aquele que, ao viajar para um lugar, traz junto consigo a memória de um outro lugar".

Foi muito bacana saber que estamos conectados de alguma forma e tratando do mesmo assunto!

Grande abraço a todos!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

duma viagem, duma bagagem, dum algo que não cala - que não quer calar

Esse foi o ano no qual mais viajei. Conheci tantos tantos lugares novos, terras que ate então não sabia que existiam e como. Fiz belas, longas, curtas e dolorosas viagens. Fui, em muitas delas, com a mala vazia. E, apenas, disponível. disposta a encontrar o que quer que fosse, porem sem expectativas. Há uma, em particular, que sim atingiu um grau de desterritorialização e desorganização profundo.
Dei o primeiro passo e entrei nessa estrada com as mãos livres, a mala leve, o coração vazio. Dispus-me a caminhar. Percorrendo um trajeto que, sim eu sabia, seria inapreensível e intransitável uma segunda vez. Um trajeto que, em suma, não teria volta e que, de alguma maneira se fechava a cada passo que eu dava. e quanto mais eu andava mais ele se alargava à frente. Porém não me era permitido olhar para trás. Não me era permitido olhar para trás sem que isso - que me fechava e não me permita voltar - me ferisse. Sim; olhar para trás era como uma ferida.

Eu seguia, pois. E seguia feliz. E ainda disponível. E ainda disposta a estar sempre, com generosidade. Aos poucos  e sem perceber enchia-me de pequenas coisas, instantes partilhados, momentos descobertos. Enchia-se minha mala. Avolumava-se meu coração.
Eu segui por veredas nem sempre tão lógicas. Tive também que cortar arbustos para poder passar - apenas minha flexibilidade às vezes não era suficiente.
Fui carregando coisas pelo caminho. Fui me agarrando em lembranças como se elas pudessem fazer com que eu voltasse naquele ponto da estrada que muito me encantava mas que já estava engolido por um material intransponível. Eu, tola, muitas vezes insistia (e, ah, insisto ainda) em dar passos que conduzissem a um lugar que eu constantemente construía de acordo com os passos de quem me acompanhava. Pois, sim, às vezes havia companhia.
Mas eu sempre estive sozinha. Custava acreditar, custava admitir isso pra mim mesma mas eu sempre estive sozinha. O conforto, passageiro, do passante que por vezes seguia comigo me esmagava, justamente por ser passageiro, em minha natureza de para sempres.
Mas o passante tinha sua própria estrada. E nem sempre estava disposto a alterar sua rota para caminhar comigo. E eu, tampouco, nem sempre podia abrir mão de minhas vontades para seguir num outro rumo. Mas, nessa viagem, eu abri. Eu abri mão de minhas certezas, eu abri mão de um caminho bem traçado, eu imergi no desconhecido. Eu me pus a caminhar sem a certeza da chegada. E construí cada passo como algo novo - e realmente foi. Cada passo foi o inesperado. E o caminho me oferecia muitas coisas nas quais me agarrar. Eu enchi minha mala. E essa mala história passou também a me guiar. a guiar essa minha espera de um futuro com[partido].


No entanto, surgiam indícios. Não adianta dizer que não. Eles estavam ali o tempo todo e talvez eu mesma tenha ajudado a construí-los. Mas surgiram indícios de que havia uma falha grande nesse território, um quase abismo comprimido.
Mas eu me recusava a olhar - e a cada recusa ele aumentava e aumentava e aumentava até o ponto em que tudo ficou insustentável e passou a cair. Meu mundo começou a desmoronar. Eu desmoronei. A minha mala se foi e com ela o meu futuro arbitrariamente por mim mesma construído.








Minha mala hoje - uma caixinha de lembranças - guarda ainda alguns recuerdos. Um envelope com um convite dentro, uma embalagem de um chocolate, uma entrada de cinema de um filme visto há muito tempo, o ingressos de um espetáculo esperado, umas palavras, biutiful, as passagens das viagens feita nessa, tão grande, que tudo abarca. Não são muitas coisas. Apenas alguns papeis que, por si, pouco significam. Mas que ganham dimensões inimagináveis quando olhadas com  o olhar-bagagem de meu coração.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

LAB_09 BAGAGEM danças que carrego comigo


O projeto BAGAGEM IMP deseja carregar pelo mundo as experiências, danças e memórias dos integrantes do núcleo, assim como compartilhar com o público as reverberações dessas experiências pessoais que hoje estão incorporadas no coletivo através desta mostra de processo de criação. No LAB_09 apresentamos a primeira etapa de realização deste projeto, composta por 4 cenas interligadas e elaboradas a partir de diferentes pontos de vista sobre nosso tema de pesquisa.

O conceito de olhar estrangeiro, daquele que vê pela primeira vez, a sensação de estranhamento ou de fascinação pelo novo, pelo outro, as fronteiras que delimitam espaços, a adaptação e a contaminação são elementos que nos transformam internamente, transformam nossa relação com o mundo e porque não dizer transformam nossa relação com a própria arte, com o movimento. É com este olhar estrangeiro que aqui estamos, dançando as danças que carregamos.

Artistas Criadores: Ailen Scandurra, Bel Nejur, Carolina Beltrame, Cínthia Lago, Douglas Satori, Gabriel Machado, Juliana Chinasso, Maíra Lour, Mariana Mello, Michelle Camargo e Regiane Kusnick
Orientadora: Juliana Adur
Colaboradores: Alexandre Zampier, Bruno Bezerra, Cintia Napoli, Daniel Kleiber, Juliana Kis e Sarah Rosenkrantz

Realização: IMP - Investigação do Movimento Particular e Vila Arte Espaço de Dança
Apoiadores: Pé no Palco Atividades Artísticas, WTF?!filmes e Padaria América

dias 19 e 20 de novembro, às 18h no Vila Arte Espaço de Dança
rua Saldanha Marinho, 76 - sala 03 | contato: (41) 3233 8034
entrada franca

domingo, 13 de novembro de 2011

pensamentos

Estou longe
pelo que eu sei
longe
pelo que eu sinto

diga-me quem eu sou
para que eu possa me ver
meus olhos, minha pele, meu rosto

pintar o meu retrato
e enquadrá-lo
pendurá-lo
na parede

quando eu for mais velha, vou poder olhar para trás e lembrar de quando a vida se encaixava em uma moldura
 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

" DESHIELAME "

Meu sangue vai descongelando.
Devagar ele vai retomando o seu fluxo , de maneira a fazer perceptível cada instante de 'des-friamento' .
Dói .
É que o sangue não quer esperar e de vez enquando tenta forçar o seu andar .
Ele não entende que é um longo processo e que é preciso ter paciência .
O sangue vai descongelando .

Albumina , globulinas, fibrinogênio, glicose.
Pequenas quantidades de aminoácidos, hormonas, enzimas, POH , HCO, Ureia .

Estava tudo cristalizado, aguardando .

Minhas substâncias gritavam " DESCONGELA-ME "

E eu que falava um apenas " ainda não .. "

Peço desculpas e digo " daqui a pouco . "

domingo, 16 de outubro de 2011

Workshop "A percepção da realidade sensível"





Algumas imagens do Workshop "A percepção da realidade sensível" ministrado por Juliana Adur e integrantes do núcleo2 (Douglas Sartori, Gabriel Machado, Maíra Lour e Mariana Mello).

É sempre um prazer receber artistas e pesquisadores em dança, teatro, artes visuais e música no Espaço Vila Arte para compartilhar as experiências do IMP - Núcleo de Pesquisa em Dança.

Parabéns a todos nós! Lindo trabalho nesta tarde de domingo!

Lembrando a todos que o LAB_09 já tem data marcada!
Dias 19 e 20 de novembro! Não percam!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sobre esa cosa que no se sabe que nombre ponerle y el silencio que nadie ve roto por un hipo alborotado .

Empezó cuando yo era pequeña, con sus primeros indicios en el lado izquierdo de la garganta. Era imperceptíble. Practicamente invisible. Nadie lo vió: ningún especialista en salud, ninguna niñera, ningún pariente cercano. Fué creciendo silencioso, acomodandose entre las amigdalas y desenvolviendose de manera veloz. Entonces, cuando finalmente me di cuenta, ya estaba muda. Abria la boca intentando emitir algún sonido, un chillido, un susurro, que sea, pero era inútil. Intenté comunicar lo acontecido a personas que consideraba confiables, pero , de nuevo - de manera inútil .

Me acostumbré rápido al no-decir y aprendi a manejar eses silencios para que no me dañasen. Bueno , yo suponia que habia aprendido.
Esa cosa que nosé que nombre se le puede poner fue alastrandose de forma discreta hasta llegar a todos los escapes . Nariz, oído, ano, todos los orificios posibles empezaron a acompañar la rutina del no-expelir, no-decir, no-ser, no sentir, no-no-no.

Y bueno ..

Ya no soy más pequeña.
Mido 1,69m y calzo 37. Y Cuando todo comenzó, calzaba 33 ...

Ya hace demasiados años, creo.

Todavia nosé como expulsar de mi organismo esa cosa que nosé qué nombre se le puede poner. Pero tengo esperanzas de poder ponerle un nombre y mandarla de vacaciones .. supongo que las necesita.

Si,estoy cansada.

Y si, yo también necesito vacaciones .
















{Y Lo que nadie sabe es que a partir de mi pecho sale un sonido asfixiado cada vez que lloro.

Es un hipo insoportable . Lo detesto. }

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

.

calma, gente .. já já eu vomito .

Cartões Postais

Gente, tá ai o vídeo da primeira composition feita que nós registramos:

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Oficina "A percepção da realidade sensível"

Olá pessoal!

O IMP vai realizar a oficina "A percepção da realidade sensível" no dia 16 de outubro (domingo), no Vila Arte Espaço de Dança, para compartilhar sua metodologia de pesquisa e criação. Estão todos convidados a participar.

VAGAS LIMITADAS!!!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

hoje doeu fundo. e, na hora de voltar pra casa, mais que nunca, não havia casa pra voltar.

sábado, 24 de setembro de 2011

votos de renovação

Eu subo no palco novamente. Para novamente dançar o que já dancei tantas vezes, mas que nunca se fixa, está sempre a mudar. Desta vez estou estrangeira. A expectativa se encontra na comunicabilidade da arte que escolhi fazer e compartilhar com o mundo. Como as pessoas irão receber a minha dança? Que espécie de relações irão construir comigo? O que realmente tenho a oferecer que ultrapassa qualquer entendimento linguístico ou cultural? O movimento e a paixão. O corpo definitivamente não tem fronteiras ou territórios marcados. Ele transita, ele está aqui e acolá. Os aplausos contínuos transmitem a vibração sensível de uma experiência que transborda os limites do inteligível. Eu deixo o palco retomando no peito uma sensação antiga de quando descobri a potência da dança pela primeira vez. E de novo reforço, consciente, o que naquela época foi apenas uma descoberta: quero e preciso fazer isso para o resto da vida.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Voo 355 CWB - POA (à 850 km/h)

 O mundo corre por baixo de mim. Terras que não conheço, paisagens que nunca vi, ares que não respirei.
Estar em nenhum lugar. Passando - e muito rapidamente - por todos eles. E como única certeza (e ainda se pode falar em certeza?), a de se estar no mundo.
Um mundo de possibilidades várias.
Eu flutuo por sobre as coisas... Estou no ar. Em todos os sentidos.
Porque
Eu quero lugares que a princípio não me cabem. Eu quero amores para os quais eu sou inapta. E a solidão, minha natureza de ser errante. Errando vou. Pela vida. Pelas estradas com árvores nos cantos.
A cidade tem veias como a de um vulcão.
Esse céu é tão lindo quase de se chorar..
Acima das nuvens as estrelas fazem companhia.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

******Sobre andar

Ande.
Como se o mundo esquecesse você.
Como se você identificasse sua transitoriedade.
Como se aprendesse que não há ninguém olhando você e nunca houve.
Você pensa apenas em dirigir, não vindo de lugar nenhum, não chegando em lugar nenhum.
Apenas dirigir.
Contando o tempo.

(Charlie Kaufman)

*****Sobre não ter um lugar, uma casa

Eu receio que esteja gravemente doente. São, talvez, momentos como esses que refletimos sobre coisas passadas.
Um artigo de vestuário de quando eu era jovem.
Uma jaqueta verde.
Um passeio com meu pai.
Um jogo que uma vez jogamos: Fingir que somos fadas. Eu sou uma menina fada, e meu nome é Lauralee. E você é um garoto fada, e seu nome é Teetery. Quando fingimos ser fadas, nós lutamos um com o outro.
E eu digo: "Pare de me bater ou eu morrerei". E você me bate de novo, e eu digo: "Agora eu tenho que morrer". E você diz: "Mas eu sentirei sua falta". E eu digo: “Mas eu tenho.”
E você terá que esperar um milhão de anos para me ver novamente.
E eu serei colocada numa caixa... E tudo que vou precisar é um pequeno copo d'água... E um monte de pequenos pedaços de pizza.
E a caixa terá asas como um avião. E você pergunta: “onde isso a levará?"
“Para casa”, eu digo.


(Charlie Kaufman)

Sobre não estar ou sobre não ser*

*Ou talvez o título seja: Sobre apenas estar. Sobre apenas ser.**

** Ou talvez o título seja: Sobre não-lugares.***

*** Ou talvez o título seja: Sobre anti-territórios, sobre anti-fixação, sobre estar no meio, estar entre, estar no caos.****

**** Ou talvez não seja nada, nem um título.

Olhando agora, eu percebo que o que me interessa nesta história toda é não estabilizar, o que me interessa é a transitoriedade, a necessidade de mover as coisas pra lugares afixos, movediços e errantes. Não fixar, não estar em busca de nada, não ter metas, não ter. Não ser. Ser passagem, ser fluxo, ser cosmopolita em todos os sentidos que cabem a palavra. E que também não cabem.

Deixar tudo virar nada, virar ar, virar fumaça.
Ir passando, e se deteriorando a cada lugar, a cada movimento, deixando ao mundo os sinais da sua efemeridade existente, insistente.

Ou...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

sobre o ato de caminhar

"cada lugar se comunica instantaneamente com todos os outros, não experimentamos isolamento a não ser no trajeto de um lugar a outro, isto é, quando não estamos em nenhum lugar"

Italo Calvino em Se um viajante numa noite de inverno

sábado, 13 de agosto de 2011

Respirar

"O todo dói. Tudo não respira. É difícil não pensar. É difícil sair da métrica de uma frase ou de um pensamento. Qual será meu próprio desejo? Qual será o meu desejo? As vezes acho que me acumulo demais e não sinto o que vem de fora, é tanta coisa por dentro. Ontem eu silenciei, consegui por um desencontro de vontades. Eu parei e não desejei, não corri a traz, simplesmente aceite. é tão bom aceitar, não ficar esperando"

Estou me propondo a apenas estar, sem expectativas

...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Caos. Estranho. Eu não sei como fazer, nem o quê, nem quando. Aonde está? O que é? Como instaurar? Como?
Eu não acho o caminho. Eu procuro, procuro. Acho que já dei passos; às vezes largos, às vezes tortos...
Estar em processo.
E aonde enfiar a artificialização?
De meu próprio artificial desdenhado, escondido, travestido? Eu poderia dizer ou... o que me trava? Aonde é que estamos nisso tudo?
Dúvida. Autonomia. Identidade?
não saber.
aprofundá-lo?
É como se eu pudesse. Mas não sei se sim.

Move



Vídeo enviado pelo Doug.
Tá Incorporado.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mapa Mundi - Bagagem IMP


Bagagem IMP - danças que carrego comigo

O projeto Bagagem IMP deseja carregar pelo mundo as experiências, danças e memórias do núcleo de pesquisa Investigação do Movimento Particular.

O que difere uma sequência simples de movimentos se ela é dançada em diferentes cidades do mundo? A nova paisagem, a cultura local, o olhar estrangeiro interferem e/ou agregam novos significado à esta dança?

Por diferentes motivos e vontades vários integrantes do Núcleo de Pesquisa em Dança Contemporênea IMP fizeram ou em breve irão fazer suas malas para viajar e conhecer outros-novos lugares. O conceito de olhar estrangeiro, daquele que vê pela primeira vez, a sensação de estranhamento ou de fascinação pelo novo, pelo outro, são elementos que nos transformam internamente, transformam nossa relação com o mundo e porque não dizer transformam nossa relação com a própria arte, com a dança.

O projeto Bagagem IMP se constrói a partir de uma sequência coreográfica simples e potente, interessantes tarefas para trazer na bagagem e um desejo imenso de carregar nossas danças particulares para outros-novos lugares.

Quem dança? Onde dança?

Maíra Lour – NYC/EUA
Juliana Adur – Berlim/ALEMANHA
Juliana Kis – Los Angeles-Califórnia/EUA
Sarah Rosenkrantz – Los Angeles-Califórnia/EUA
Daniel Kleiber – Santiago/CHILE
Ailen Scandurra – Buenos Aires/ARGENTINA
Regiane Kusnick – Asunción/PARAGUAY
Alexandre Zampier – Cidade do México/MÉXICO
Viviane Mortean – Paris/FRANÇA
Bel Nejur – Paris/FRANÇA
Nina Monteiro – Londres/INGLATERRA
Cíntia Napoli - Berlim/ALEMANHA

*aberto para novos viajantes!

VÍDEO-DANÇA

Vídeo 1 - Participantes-performers escolhem uma locação que indique de alguma maneira o destino de viagem escolhido para o registro em vídeo da sequência coregráfica criada especialmente para este projeto.
Iniciamos a filmagem com planos detalhes no corpo e movimento e ainda não revelamos o lugar específico. A sequência é repetida 03 vezes, aos poucos a câmera vai abrindo e podemos identificar a cidade/país onde cada um se encontra.

Vídeo 2 - Participantes-performers escolhem uma locação que mais lhe interessa e propõe um improviso de dança que revele suas escolhas particulares de movimento.

Estes materiais servirão de base para a criação de um vídeo-dança que será apresentado no LAB_09 em dezembro de 2011.

PARA TRAZER NA BAGAGEM

Tarefa 1: Gravação de áudio voltada ao idioma do lugar em que se estará.
Essa tarefa é composta de duas partes (e quando eu digo partes não significa que uma dependa da outra ou deva ser feita antes ou depois dela; é só uma questão organizacional, não hierárquica):
- 1ª parte: fazer uma gravação de alguém falando ou de uma conversa na língua local, na situação em que se achar pertinente. (pode ser uma gravação feita num ônibus, mêtro, num evento, num café, no lugar que se quiser, contanto que a gravação fique boa);
- 2 ª parte: fazer uma gravação de um texto específico na língua local. (há que se definir qual; seria legal uma coisa simples, mas bonita). O mesmo texto em diferentes línguas. Quais as diferenças de ritmo, de sonoridades, de velocidade, de tamanho das palavras? e tudo mais...
*É importante, aqui, que quem fale seja uma pessoa nativa; porque gringo falando a outra língua sempre rola um sotaquinho que difere.

Tarefa 2: Objeto Significativo
- Essa tarefa consiste em se escolher algum objeto que teve importância pessoal na viagem (objetiva ou subjetivamente). Algum objeto que se encaixe nessa ideia de bagagem. Que tipo de sensação, de lembranças e de história esse objeto traz consigo? Um objeto que tenha uma importância que gere a vontade, o desejo, de se querer compartilhar com o grupo aquilo que ele carrega. Seria interessante se fosse um objeto que surgiu na viagem, mas acho que pode ficar a critério de cada um pois, para essa tarefa, o foco é a potência de afeto que esse objeto traz consigo;

Tarefa 3: Imagens
- fotos do ambiente urbano: tirar fotos de sinaleiros, padrões de calçadas, placas de ruas, de alguma praça e algum meio de transporte do local (quanto mais específico, "diferente", melhor). se surgirem mais ideias de coisas que componham o ambiente urbano, ótimo; (talvez pensarmos em algo mais específico voltado pra arquitetura pudesse ser legal também. Ou algo voltado pra história do local. tipo: tirar uma foto da construção, do monumento - ou o que quer que seja - mais antigo que a pessoa encontrou, passou, viu, sei lá... enfim, são ideias :D)
- foto de uma comida típica (huuuum) que a pessoa provou.

Tarefa 4: Souvenirs
- Vamos assumir, incorporar e re-significar o óbvio também, por que não? Então, trazer um imã de geladeira e um cartão-postal :) (talvez pudesse ser mais do que um imã, porque depois, se resolvermos fazer exposição de fotos ou algo assim no painel, a gente pode usar os próprios imãs pra prender as imagens, textos...)
- Ah! Não é souvenir, eu sei, mas trazer também uma(s) moedinha(s) do lugar!

Tarefa 5: Embalagens
- trazer cinco embalagens que só se encontram naquele lugar! (não que SÓ se encontrem lá, mas que dificilmente seriam encontrados em outros lugares e/ou aqui no brasil). pode ser do que quiser. usemos a criatividade!

Tarefa 6: Antíteses
- Essa consiste em fotografar (também) coisas, lugares ou situações que causaram as sensações de a) estranhamento e b) fascinação. (o interesse é justamente a oposição entre as duas coisas, lugares ou situações. A do estranhamento é muito interessante se encarado pelo viés cultural, daquilo que é normal naquela cultura e não na nossa e, por isso, estranhamos. não uma coisa qualquer feita por um único cidadão no mundo - embora também possa ser... - mas aquilo de diferente que, de alguma maneira, relaciona-se aos hábitos de uma sociedade toda;

Tarefa 7: Registros em filmagens
- 1ª parte: Filmagem de gestualidades. Ahhh! Aqui seria interessante deixarmos bem abrangente, pra que cada um bote um pouco de si na escolha daquilo que considera gesto, que lhe interessa em relação à isso e como pensa que isso deveria ser trabalhado na filmagem.
- 2ª parte: Filmagem de uma dança do lugar. Alguém dançando, qualquer dança, não precisa ser típica. hahahaa é isso aí;

Tarefa 8:Registro por escrito
- Conforme sugerido pela Ju Adur, um registro por escrito de um momento marcante da viagem, como num diário de bordo (e se alguém quiser escrever um e compartilhar maaais coisas ainda seria lindo :);

Estes materiais serão compartilhados com todo o grupo para possível inspirações e novas criações em dança para o LAB_09 em dezembro de 2011.

Desejamos a todos uma Boa Viagem!





terça-feira, 2 de agosto de 2011

A flor da pele


As coisas mudam. É difícil por em ordem. Tudo está tão forte, grande e intenso. E dentro sinto um turbilhão, que borbulha e quer ir pra fora e não consegue. Dai pesa. Já pensei em abrir o peito para ver se sai tudo pra fora e ver se eu me sinto um pouco mais leve.


Como pulsa!


Sinto o vento no rosto, e ele me atravessa. Sinto dor, e ela dilacera. Sinto medo e as pernas travam.


Sinto sinto sinto sinto enloquecidamente!


Tenho vontade de correr muito, até sentir o peito pular. E quando penso demais (cheguei a conclusão que pensar estraga tudo) eu danço... e tudo abranda. Ai eu entendo o tempo das coisas e deixo... E tudo acontece na intensidade que precisa.


Mas ainda assim penso que deveria por o peito à mostra.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Julho em dança

Momento de solidão. Desconforto. Pedindo descanso. Ele não vem. Vontade que não se dissipa ao corpo, ao movimento, fica apenas no pensamento.
A falta do interno que se abre 'nervosamente' em uma "não dança" do estado interno. A falta da paixão. A falta do movimento puro. A falta de alguma coisa "a mais".
A verdade que não é verdade. O querer que não é querer. A dança que não é dança. E que já foi dança. Hoje não é mais.
A dança de hoje já mudou. Amanhã vai mudar novamente. E a cada sexta-feira muda constantemente. Para o que é dança hoje, amanhã e sempre.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Equilíbrio precário

.

[há uma nuvem - do caralho - no céu]

Eu não entendo porque está tão difícil dançar. Porque esse espaço e essa obrigação de me sufocam. Me comprimem e me impedem de fazer o que quer que seja. [mudança de luz; sol se esconde atrás da nuvem do caralho]
Eu não consigo me mover. É como se houvesse mesmo muito e tanto mas quando tento pôr no corpo não funciona. É difícil, muito, me conectar ao que me toca e dançar isso. E aí eu me pergunto: será que toca mesmo? Será que de fato as coisas me atravessam? Às vezes tenho a sensação de que não. De que tudo não passa de imagens (belíssimas, inclusive) mas que não ultrapassam o campo da visão. De que tudo não passa de impressão racional de se estar sentindo algo, mas que não se chega a sentir de fato.
É como quando devo falar no teatro e o texto me dá sempre a sensação de estar fake. Agora é como se, ao mover qualquer coisa, eu estivesse também sendo fake.
Porque não passa de e/ou por uma atmosfera de atravessamentos.
E aí eu vejo a nuvem do caralho e me passa: ''ah! que belo'' mas essa beleza e grandeza não me atravessam e inspiram a mover o que, dentro, cria um sentido de reconhecimento - ou de não reconhecimento. É como se nada, nunca, me atingisse até o fundo. Por mais que eu queira, por mais que eu lute.  É como se minha membrana de pedra tivesse um pouquinho mais permeável porém permanece pedra e impede que qualquer coisa a penetre, a invada, a atinja internamente.
É como se eu fosse um voyer de mim mesma - mas sem atingir prazer algum. É como se eu agisse com um blasé muito bem disfarçado (ou nem tanto) em relação à tudo o que me cerca e, mesmo, o que me constitui.
E aí eu tenho vontade de comer pra ver se, enfim, entra alguma coisa. Às vezes é isso. É essa sensação. É como se para encher esse vazio tão cheio de coisas pela metade e coisas insensíveis eu começasse por tentar  enchendo o estômago, enchendo minhas vísceras, já que não consigo ser visceral. Fazendo em meu corpo um processo de digestão já que eu não digiro com saciedade o que me fazem, o que me dizem, o que eu vejo em tudo aquilo que me ultrapassa. Que ultrapassa os próprios, chamados meus, limites. 
Mas me pesa o estômago. Meu intestino permanece cheio sempre e preguiçoso, relutante.
Eu não digiro com plenitude nem o que eu consumo com vontade. E aí é como se eu fosse consumida, consumada. E eu é que fico. Consumada. Consumida

. .   . .

Eu não reconheço mais meu corpo. E o que eu reconheço não me agrada, me cansa, me machuca.

.  . .  .

Eu me queria menos tensa e mais fluente. Eu me queria menos dura. Em todos os sentidos.

.  . .  .

Eu queria chorar toda essa água de que sou feita. Água represada em olhos que não se umedecem.

.  .  . .

Hoje as nuvens se movem, intermitentes. Eu permaneço, inerte.

. .  . .  .

Como se demarcar o início de um momento decisivo?

 .     .  .

O tempo custa  a passar. Eu queria fugir daqui. Eu queria fugir de mim e tudo o que me põe assim: prostrada.


.

domingo, 24 de julho de 2011

A dança da mulher sem braços

Olhávamos agora a dançarina que ocupava o centro da sala numa dança de mulher sem braços. Dançava como se fosse surda e não pudesse seguir o ritmo da música. Dançava como se não pudesse ouvir o som das castanholas. Dança isolada e separada da música, de nós, da sala, da vida. As castanholas soavam como passos de fantasmas.
Ela dançava, rindo e suspirando e respirando tudo a seu favor. Dançava os seus medos, parando no meio de cada dança para atender a críticas que não podia ouvir ou para se entregar ao aplauso que não tínhamos feito. Ouvia música que não podíamos ouvir movida por alucinações que não tínhamos.
Os braços foram-me tirados, cantava. Fui punida por abraçar. Abracei. Prendi todos os que amei. Prendi nos momentos mais belos da minha vida. Fechei nas mãos a plenitude de cada hora. Os braços apertados no desejo de abraçar. Quis abraçar a luz, o vento, o sol, a noite, o mundo inteiro e quis retê-los. Quis acariciar, curar, embalar, aclamar, envolver, cercar.
Forcei-os e prendi de tal modo que se partiram; partiram de mim. Tudo passou então a evitar-me. Estava condenada a não prender.
A tremer agitada ficou a olhar para os braços agora estendidos diante dela.
Olhou as mãos tão apertadas e abriu-as devagar, tão completamente como Cristo; abriu-as num gesto de abandono e de dádiva; era a renúncia, o perdão, abrir os braços, abrir as mãos, deixando as coisas seguirem o seu curso.
Eu não soube suportar a passagem das coisas. Tudo o que flui, tudo o que passa, tudo o que mexe sufoca e enche-me de angústia.

(Trecho do conto "A Casa do Incesto" de Anais Nin)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Dancemos!

vamos dançar e deixar que tudo se esvaia
vamos dançar e o que permanecer ganhará corpo novo
suspenso no ar
suspenso no sol
suspenso nas folhas que caem ventosamente
vamos dançar e deixar que o mundo se mostre
vamos dançar e nos deixar mostrar
mostrarei quem sou
mostrarás quem és
e o céu nos receberá gigante
nós
pequenas criaturas dançantes
dançando nossas próprias miudezas
Primeira publicação.
Não consegui postar o vídeo, maaas as fotos estão aí.
Pena quem não pode participar de um momento de encontro de férias IMP.
Obrigada a Douglas, Mari e Gabriel pelo momento que passamos juntos essa manhã.
Dançamos deliciosamente.
Um sol lindo, música, cachorros brincando na grama, paquera entre os donos dos cachorros, comidinhas e um suco que o Gabri não gostou!
É muito bom dançar ao ar livre e com pessoas maravilhosas!

Beijos
Carol















sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dança

Compartilhando o Blog de uma amiga minha que adora dançar!

http://lindseyarte.blogspot.com/2011/07/danca.html

Abraçoo!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Lembro-me de memórias




eu tire fotos de voce
 
quando você não estava olhando

eu podia vê-lo
 
transparente
 
 

domingo, 10 de julho de 2011

...

Surge um buraco, um vão, um vácuo. Principio do nada, principio da queda, coração batendo sem sentido... Vazio... A folha de papel em branco, o banco de praça, a manhã que se levanta fria e deserta.

É no vazio chamado distância que vive a saudade. É o vazio entre os meus olhos e o jardim que me permite ver o jardim e o do céu que me permite ver o voo dos pássaros. Um tambor é cheio de som, mas é vazio por dentro.Quero espaço, silêncio, distância. Essa sensação única de ser eu mesmo, sensação de presença, de eterna continuidade.

Tão real quanto meu coração que bate, minha memória que recorda, minha inteligência que descobre. Somos os contatos que fizemos, o que ouvimos, cheiramos, comemos e tocamos. Quando penso, sinto, vejo e desejo, tudo o que sou se revela em mim.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

LAB_08

O LAB_ é um evento que ocorre semestralmente no Vila Arte Espaço de Dança desde 2007, com o intuito de gerar um espaço de compartilhamento e reflexão sobre modos de criação em dança contemporânea e sobre o exercício de dar feedbacks para trabalhos ainda em processo. Em sua 8ª edição, o LAB_ apresenta 4 trabalhos investigativos desenvolvidos neste 1º semestre de 2011 pelos integrantes do núcleo de pesquisa em dança IMP - Investigação do Movimento Particular. São eles:

(In)visível

Uma rede de conexões que transcende o corpo
Percorre o corpo todo, todo o tempo
Os incontroláveis impulsos nunca cessam
Se complexificam na própria complexidade do corpo

Artista criadora: Carolina Beltrame
Música: Daniel Amaral
Orientadora: Juliana Adur
Colaboradora: Maíra Lour

Mostra-me suas miudezas

Mostra-me suas miudezas é a experiência de um corpo-afeto que dança, antes de tudo, sua própria história. Um corpo-memória que, ao dançar, revela aquilo que é, aquilo que foi, aquilo tudo que o constituiu, que lhe é possível, que lhe é latente.

Artista criadora: Mariana Mello
Orientadora: Juliana Adur
Colaborador: Diego Baffi

V A Z I O

Está entre as árvores e as folhas de papel em branco. No vento, no ar e nos espaços vazios do meu corpo. É essa eterna busca. Como preencher? Como completar? Há muito que desvendar. O que é meu, o que é teu e o que pode ser nosso. Preciso de você, estar em contato com você. Só assim algum significado de tudo aquilo que sinto, desejo e penso pode fazer sentido.

Artistas criadores: Douglas Sartori e Juliana.Kis
Orientadora: Juliana Adur
Câmera: Samuel Samways
Edição / Imagem: Juliana.Kis e Samuel Samways
Agradecimentos: Dance Sempre Espaço Cultural, Jéssica Sartori Ladoruski, Iolita Roumbedakis

CORPALAVRA

Adoecemos por gostar de palavra presa, densa, engessada, sem vazão.
Palavra boa é derretida, livre, fluída, líquida em estado de lágrima.
Então dance, solte, arranque, amoleça as palavras endurecidas do corpo.

Artista criadora: Bel Nejur
Música e músico: Israel Alvares
Orientadores: Juliana Adur e Douglas Sartori
Colaboradores: Michelle Camargo, Regiane Kusnick, Juliana Chinasso, Gabriel Lucena e Raphaela Rodrigues

Apoio LAB_: Gabriel Machado, Maíra Lour, Daniel Kleiber, Ailen Scandurra, Fernanda Perondi, Cínthia Lago e Augusta Seewald.

dia 03 de julho de 2011 às 17 horas
no Vila Arte Espaço de Dança
Rua Saldanha Marinho, 76 - sala 03

ENTRADA FRANCA

LAB_08



O LAB_ é um evento que ocorre semestralmente no Vila Arte Espaço de Dança desde 2007, com o intuito de gerar um espaço de compartilhamento e reflexão sobre modos de criação em dança contemporânea e sobre o exercício de dar feedbacks para trabalhos ainda em processo. Em sua 8ª edição o LAB_ apresenta 4 trabalhos investigativos desenvolvidos neste 1º semestre de 2011 pelos integrantes do IMP. São eles:


In(visível)


Uma rede de conexões que transcende o corpo

Percorre o corpo todo, todo o tempo

Os incontroláveis impulsos nunca cessam

Se complexificam na própria complexidade do corpo


Artista criadora: Carolina Beltrame

Música: Daniel Amaral

Orientadora: Juliana Adur

Colaboradora: Maíra Lour


Mostra-me suas miudezas


Mostra-me suas miudezas é a experiência de um corpo-afeto que dança, antes de tudo, sua própria história. Um corpo memória que, ao dançar, revela aquilo que é, aquilo que foi, aquilo tudo que o constitui, que lhe é possível, que lhe é latente.


Artista criadora: Mariana Mello

Orientadora: Juliana Adur

Colaborador: Diego Baffi


V A Z I O


Está entre as árvores e as folhas de papel em branco. No vento, no ar e nos espaços vazios do meu corpo. É essa eterna busca. Como preencher? Como completar? Há muito que desvendar. O que é meu, o que é teu e o que pode ser nosso. Preciso de você, estar em contato com você. Só assim algum significado de tudo aquilo que sinto, desejo e penso pode fazer sentido.


Artistas criadores: Juliana.Kis e Douglas Sartori

Orientadora: Juliana Adur

Câmera: Samuel Samways

Edição/Imagem: Juliana.Kis e Samuel Samways

Agradecimentos: Dance Sempre Espaço Cultural, Jéssica Sartori Ladoruski, Iolita Roumbedakis, Gabriel Teixeira


CORPALAVRA


Adoecemos por gostar de palavra presa, densa, engessada, sem vazão.

Palavra boa é derretida, livre, fluída, líquida em estado de lágrima.

Então dance, solte, arranque, amoleça as palavras endurecidas do corpo.


Artista criadora: Bel Nejur

Orientadores: Julian Adur e Douglas Sartori

Colaboradores: Michelle Camargo, Regiane Kusnick, Juliana Chinasso, Gabriel Lucena e Raphaela Rodrigues


Apoio LAB_: Gabriel Machado, Maíra Lour, Daniel Kleiber, Ailen Scandurra, Cínthia Lago e Augusta Seewald.


dia 03 de julho de 2011 às 17 horas

no Vila Arte Espaço de Dança

Rua Saldanha Marinho, 76 - sala 03


ENTRADA FRANCA

2011

Pessoas lindas que amo, venho aqui - serei breve, prometo - para agradecer MUIIIIITO por conhecer, compartilhar e praticar a amizade com vocês.
Amo demais!!!
Ok, isso foi um quase grito.
Passou
Então, mais tarde publico cossitas do meu/nosso CORPOLAVRA.
Beijosssss

sábado, 25 de junho de 2011

Palavras Bregas

Hoje eu resolvi soltar minhas palavras escondidas. Porque eu falo freneticamente por medo de falar a verdade. Por medo de falar algumas das minhas palavras silenciosas e calmas. Essas que eu guardo. Que ficam aqui, Entaladas. Eu tenho muito medo e receio em te dize-las, medo de que você não me compreenda, medo de parecer piegas, medo de mostrar a minha puerilidade e fragilidade. Medo.

Mas hoje eu fiz uma playlist bagaceira e resolvi me deixar ser brega. Aguarde-me.

♫ Não posso imaginar o que vai ser de mim...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

V A Z I O




Gostaria de compartilha algumas idéias e textos que estão permeando o trabalho meu eu da Juzinha sobre o tema Vazio para o LAb_08:

*Primeira imagem que apareceu no Processo.



Nós encontramos um texto que fez e faz muito sentido para a nossa busca do que é desse tema tão gigante. Segue um trecho do texto de Rubem Alves O vazio :


Parece óbvio que o cheio vale mais que o vazio... Mas será mesmo? [...] Vocês gostam de refrigerante. Querem pôr o refrigerante no copo. Mas para se pôr o refrigerante no copo é preciso que o copo esteja vazio. Um copo é um vazio cercado de vidro por todos os lados, menos o de cima. [...] Para se fazer um bolo a gente procura a receita num livro de receitas. A primeira coisa que aparece numa receita são os “ingredientes“: farinha, ovos, [...] Mas eu nunca vi, em livro de receitas, explicado que se não se misturar uma pitada de vazio com os ingredientes, o bolo não fica bom. Fica “embatumado“, pesado, ruim. [...] A casa também é um vazio cercado de paredes. Para isso servem as paredes: para pegar o vazio e permitir que ele seja usado. Os arquitetos e arquitetas são os artistas que sabem a arte de pegar vazios por meio de paredes. E as janelas? Também são vazios. Buracos. Já imaginaram uma casa sem janelas? Seria horrível viver numa casa sem janelas. [...]. É o vazio entre os meus olhos e o jardim que me permite ver o jardim. É o vazio chamado “silêncio“ que me permite ouvir a música. E o espelho? Para ser bom, para refletir o seu rosto, é preciso que seja vazio.

[...] a roça é o lugar onde o vazio é grande. A cidade é o lugar onde o vazio é pequeno.“ Na cidade a gente olha para fora e os olhos logo batem num edifício, num muro, nos automóveis. Na cidade a gente vê curto. Na roça, porque o vazio é grande, os olhos vêem longe, muito longe: os campos, as matas, as montanhas no horizonte, o sol que morre, a lua que nasce, as estrelas... Que coisa bonita é ver a cortina branca da chuva que vai chegando... Quando o vazio é grande o mundo cresce. Coisa que eu gostava de fazer quando menino: deitar no capim e ficar vendo as nuvens.[...]

A vida precisa do vazio: a lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta. A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida. Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito. E as pessoas, para serem belas e amadas, precisam ter um vazio dentro delas. A maioria acha o contrário; pensa que o bom é ser cheio. Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria e falam sem parar. [...] Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar. A essas pessoas é fácil amar. Elas estão cheias de vazio.
E é no vazio da distância que vive a saudade...

A roça é o lugar onde o vazio é grande. O vazio grande da roça, com seus espaços e silêncios, é o colo da natureza, nossa mãe de onde saímos e para onde haveremos de voltar... Assentados no colo da mãe o medo se vai e tudo fica bom. A cidade é o cheio. A roça é o vazio. Tenho saudade do vazio da roça...


Então, estavamos com esse texto e queriamos trabalhar os dois "vazios", campo e cidade, grande e pequeno, mas resolvemos afunilar as idéias. Ficamos com o vazio da cidade e a busca de cada um.


Está entre as árvores e as folhas de papel em branco. No vento, no ar e nos espaços vazios do meu corpo. É essa eterna busca. Como preencher? Como completar? Há muito que desvendar. O que é meu, o que é teu e o que pode ser nosso. Preciso de você, estar em contato com você. Só assim algum significado de tudo aquilo que sinto, desejo e penso pode fazer sentido.


É isso,


Bjos até sexta!





sexta-feira, 17 de junho de 2011

 Escrever é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu. Como conseguirei saber do que nem ao menos sei? assim: como se me lembrasse. Com um esforço de "memória", como se eu nunca tivesse nascido. Nunca nasci, nunca vivi: mas eu me lembro, e a lembrança é carne viva. 
Clarice Lispector, linda.

sábado, 4 de junho de 2011

For: Juuuuuuuuuuu Adur!

Ju,
Tarefa de casa:

1. Melhoramento do vídeo - Pensamos e desenvolvemos melhor suas observações.
tarefa OK

2. Presença: Aquecemos o corpo, a relação, os trabalhos, movimentos,
as amizades, a confiança, o IMP!
Ah, o Gab foi ótimo! Muito bom!
tarefa OK

3. Compromisso: Estivemos juntos na quarta no barracão da FAP,
em outros dias mesmo sem todos, na sexta pela manhã, amanhã (domingo)
no Improvisso do MOM e claro parceladamente na sua peça com a Súbita.
tarefa OK

4. Continuidade: Durante a semana nos encontraremos para
editar o vídeo. Para também um pouco praticar a nossa convivência.
tarefa OK

5. Resultado: Foi uma delícia me sentir mais próxima de pessoas
que gosto e compartilho tanto de mim na minha dança.
Muitas impressões a mais junto com as tantas que tenho, ficaram
no meu corpo em um pedaço da minha vida que divido todas as sextas.
Todas as sextas, essas mesmas sextas, minha dança, meu tempo, minha mente,
coração, é acariciado com doses cavalares ou homeopáticas de ACREDITAR!
tarefa OK

6. Obs: Continuo e nunca esqueço da procura da minha intereza.

7. Beijos

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O corpo

Eu me consumi e não me acabei. Eu quis me explusar e me tranquei mais fundo. Ainda resta algo que não foi varrido, vasculhado, amansado. O corpo!

O corpo não pode ser compreendido a não ser por outro corpo. Não pode ser julgado a não ser por outro corpo.
Um corpo é o acréscimo do que se viu na infância. A memória perdoa, o corpo não. A memória esquece, o corpo incrimina.
O corpo tem a vidência do erro, a espessura do erro, a devoção de uma chuva. Arregaça as águas como uma blusa. O corpo é a suspeita do mar. Assimila o que ainda não foi dito.
O corpo é vento civilizado!
O corpo é uma solidão nomeada.
Aprende-se a falar o corpo como os pássaros caminham.
O homem é que devia mudar sua direção para o pássaro andar na rua.
O pássaro é fundo como um sapato na janela. O corpo é fundo como a terra que começa na árvore.
Há aves que somente se acordam no meio do vôo - o corpo é uma delas. O corpo soletra. O corpo acredita naquilo que não aconteceu.
O corpo é um barco sem pulmão, o atentado da distração, uma atenção desatenta.
O corpo vive o que nele morre - é o ultimo a descobrir e o primeiro a desconfiar. Não atravesso o corpo, apenas o contorno. O corpo é uma casa desarrumada para mostrar intimidade.
O corpo é contemporâneo de suas dores, sobrevivente dos seus ganhos. Aluz jejua no corpo. O corpo não é redondo como uma ilha, é redondo como uma cerração.
O corpo dança pra se contradizer.
[Carpinejar]

Imagens bonitas para essa semana que termina.

=D

terça-feira, 24 de maio de 2011

Corpo que Fala

Hoje encontrei a Mi e a Ju aqui na minha casa-loja pra gente trocar, dar, receber,
partilhar, discutir, aprender, idéias.
Muitas risadas
- Oi, esse é o Israel
- Mi
- Ju
Algumas confissões, muitas identificações.
Mentes purulando de idéias.
Ganhei da Mi um presente sem querer, um poema da Viviane Mosé.
Digo ganhei por que ela trouxe para mostrar pra MIM.
Digo sem querer por que ela jamais imaginou que ia me dar o que
eu estva esperando!
Eu mesmo não sabia o que era, mas ela pode imaginar.
Sabe quando algo te atravessa?
Eu costumo dizer que quando uma coisa é realmente
MUIIIIIIIIITO BOA, ela arrepia os pelinhos do rosto.
Iso é lindo, é mágico, é divino.
Obrigada Mi!
Obrigada vocês duas por vir, mesmo com carros quebrados e tombos
na escada...
Repito o que disse em um texto anterior: " A hora certa, é a hora que acontece"
Hoje senti que Deus, boas energias, luz, o mundo conspirara a meu favor.
Ou o que quer que cada um acredite.
Eu acredito em tudo (quase).
"...pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa
palavra boa é palavra líquida
escorrendo em estado de lágrima..." (viviane mosé)
Depois eu posto o poema todo, esse presente sem querer que será, ou melhor,
já é parte vital desse meu "corpo que fala".
Um lindo espetáculo de vivências a todos.
Até mais

sábado, 21 de maio de 2011

Hoje eu lembrei do seu olhar e dancei-o. Movi o ar numa valsa tristonha e melancólica.
Eu olhei como ele ficou depois (o ar).
Desconsolado.
Desconjuntado.
Desconfigurado.
Deformado.

Deve ser isso que os seus olhos fazem. Deformam o mundo.
Mas eu gosto de como ele fica (o mundo).

terça-feira, 17 de maio de 2011

Impressões do final de semana

Final de semana passado fui internada, por mim, em mais uma experiência cheia de pessoas estranhas, em um ambiente estranho com uma proposta nada estranha.
A proposta era, resumindo em miudos, dar uma passada por cima do ser ator...
Seu olhar, intereza, conquista do público, encarar o público, criar, pensar, fluir, virar bicho, árvore, flor, falar línguas estranhas...
Primeiro dia:
- Oi, meu nome e tal, eu gosto de tais coisas e meu sonho é.
Pronto!
Já me conhecem e eu já conheço todo mundo. Agora podemos nos tocar, conversar, contracenar, criar todos juntos.
Segundo dia:
Bom, agora ja nós conhecemos bem.
Estamos até juntos nesse sábado chuvoso, frio e bege. (Sim, bege, por que cinza é lindo e também fica lindo com outras cores, mas o bege é bege ne gente? Tem que ter muuuito bom gosto praa fazer isso ficar bonito. Então pra mim quando Ctba tá sem graça, tá bege.)
Agora já trocamos olhares mais cumplices, já sabemos quem é "melhor"no que, já chamamos pelo nome e falamos de intimidades na hora do cafezinho.
Na última hora Fátima (Ortiz) nos presenteia com um texto belíssimo de Cecília Meireles - A arte de ser feliz.
Com sua maestria, Fátima fez com que bebessemos aquele texto. Ele aquece a alma. Pinga cores em nossas faces como num quadro de Mario Lima.
Muita informação mais o texto não sai da cabeça.
Ainda hoje me peguei recintado pela manhã: "... Ora, nos dias límpidos quando o céu ficava da mesma cor que o ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar..."
Terceiro dia:
Mais frio, mais chuva, mais bege.
Retalhamos o texto digno de Jack, por partes.
Foi lindo ver e sentir as palavras saindo do papel e tomando vida e forma em nossos corpos e falas.

Obrigada pela intereza.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Smoke

Povo,

Estava pirando em videos na internet e achei este daqui:


Os movimentos são sensacionais!!

O video não tem muito a nossa cara, mas podemos aproveitar as boas coisas que tem ali.




sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mover

Sou movido por terra, chão.
Sou uma criança que brinca de bola.
Sou esfera.
Tenho emoções e desejos que transbordam.

Paixão pelo movimento. Paixão pelo outro, estar.
Sinceridade move... move peito, chão, bola, pele e poros.

http://www.youtube.com/watch?v=JPjN2bnrFuI&feature=related


"Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trêmulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim"...
[Gibran Khalil Gibran]

segunda-feira, 2 de maio de 2011

e quando me pedem para dançar que nem quando eu tinha oito anos ,
eu fujo .
as pessoas ao meu redor exalam correntes elétricas que atravessam os músculos .

sexta-feira, 29 de abril de 2011

For: Cinthia Lago de Farias

Com não te chamei pra dançar e agora passou.
To te chamando pra escrever.
Escreve aqui.
Pra mim,
pra você,
pra nós,
pra ninguém.
Escreve uma letra pra eu saber da tua escrita,
Ou escreve uma palavra pra eu entrar num pedaço da tua cabeça.
Escreve?
Sabia que as escritas formam desenhos?
Sabia que esses desenhos tem movimento?
Sabia que esses movimentos podem ser nossa dança?

Por que eu não vi???

Não chamaram pra entrar.
Não tem "professor"?
Não, não tem!

Hoje aprendi que quando nos locomovemos sozinhos, somos "professores" de nós mesmos.
EU digo a hora de entrar e POSSO perguntar sem perguntar se POSSO.
- Entra.

Entrei e a luz que batia das janelas fazia daquela sala, espaço, casa, quadrado, por demais aconchegante.
Um pouco de sem jeito, a música me levou. Ah, um estímilo externo. Isso é bom! Vai com ela, com a música. - Eu fui.
Dança sozinha, solta o cabelo, tira a meia, usa a barra, dança a dois, a três, dança com todos e com ninguém, dança pra dentro, pra fora, dança o que vem de dentro e joooooooga pra fora.
Olha minha unha azul, parece um sonho.
Olha as pessoas, mas olha mesmo!!!
Eu não olhei o que estava escrito na porta, eu não enxergo de longe. Cadê meu oculos?
Mais por que eu não cheguei perto? Não sei mais agora vou sempre chegar... Ah, talvez tenha chegado perto algumas vezes e não tinha nada, era só minha cabeça criando pra ter.
Uma vontade que tenha alguma coisa.
Na porta? - Não, na porta tinha.
Vontade que tenham coisas aqui dentro. Mais é cheio de coisas! - Eu sei. Mais... Ah.... Sei lá. Relaxa, dança, se mexe, vai, deixa ser um outro estar.
Escuta a música, isso, me leva, leva, leva....................................................................................................................................................
Ei, ainda to sendo levada!.
Por quem, pelo que?
Pelo movimento da lembrança.

Até domingo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

JARDINS

Fui assistir o "Jardins" no final de semana passada e, ao ler a cartilha que o coletivo BATTON está distribuindo na cidade como um dos resultados finais do projeto, me deparei com o seguinte texto: Sobre dança, experiência e processo de criação. É bom saber que aquilo que fazemos também é discutido e refletido em outros espaços de pesquisa em dança. Alguns trechos:

A dança é forma de conhecimento, portanto, precisa ser explorada, articulada e compreendida. O conhecimento se dá quando o indivíduo corporifica as experiências e informações partilhadas no ambiente onde está inserido. A pesquisa em dança é um caminho para o artista encontrar novos nexos de sentido na sua relação com a dança, com a arte e com o mundo. (...)

O processo de criação e a experiência são dois eixos inseparáveis no fazer-criar a dança. Ambos fazem parte do percurso sensível e intelectual de construção de objetos artísticos. (...)

Rosemeri Rocha

Alguém mais assistiu? Como foi???

Beijos

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu busquei busquei palavras
Tentei brincar com elas
InveNtar se fosse o caso
No entanto, eu só consegui,
Sentir
Eu senti a sensação,
os cheiros, tentativa,
o olhar, os sorrisos
a respiração, o peso
a força, minha e tua(s)
o aprendizado, a vontade,
o suor e a sede...
Eu tentei buscar palavras,
mas só consegui sentir.
Tudo bem?

domingo, 17 de abril de 2011

novos começos

A mudança no ambiente
vento
mar
pessoas diferentes
nós nos tornamos
tornou-se

Quem era eu?
Quem eu sou agora?

Pensamentos


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Contatar, constatar

Ah, o encontro de hoje foi sensacional.
A sensação que tenho quando terminamos as experiências de contato me fascina, me encanta. Forte é o poder do contato em criar diferenças. De como ele reconfigura meus próprios limites, minha própria noção de meu corpo e de seus contornos, pois, na troca com o outro, novas possibilidades se fazem. E aí, de repente, já não me vejo mais eu. Me vejo nova. Como o contato com o outro cria um corpo outro, uma dança outra, uma dança nova...!
E então me percebo de qualidades antes sequer imaginadas. Meu corpo responde contato. Minha dança se faz contato. E quanto mais re-significo o entorno, os contornos de peles, de músculos e de toques, mais novos significados se criam naquilo que de tão dentro, tão fundo, chega a ser inexplicável. Re-significo meu próprio mundo.
É como se o exercício de estar disponível ao outro para que o contato aconteça com verdade abrisse canais de disponibilidade à mim mesma.  Me tornasse mais disponível comigo. Me permitisse me entregar  com confiança à mim mesma, assim como faço com aquele com quem troco.
E aí, o contato não acontece. O contato é. O contato é nossos corpos dançando no espaço, o contato é nossas trocas e dúvidas, é o lugar onde estamos e onde não estamos... O contato é meu peito se rasgando em movimento e é aquilo que me lança a dançar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

de cheiros, para sempres e coisas mais

Um cheiro na minha pele de transpiração e um sabonete que não é o meu. Mas aquele que me lembra minha ânsia em mover, mais que a mim, àquele que me envolve, àquilo que em volta.
Minha ânsia de contato comigo e com aqueles que me cativam. Meu corpo território de saberes não conhecidos mas prontos a aflorar a qualquer momento desde que um olhar, um gesto, uma brisa, reanimem-o e lembrem sua natureza de passagem. Sua natureza sim aquosa, irreversível. Daquilo que nunca retorna mas continua sempre, disposto a cruzar isso que se transpõe ao caminho e que, às vezes, sim às vezes amedronta, porque desconhecido, porque tão grande, porque tão não encaixável em fragmentos e em minha própria visão tantas vezes fragmentada e fragmentária de tudo, dos outros, de todos e de mim mesma.
Um cheiro que me lembra que aonde menos se espera mais se descobre e mais se plena, mais se vive. E se alcança. Agora ou para sempre. De todo o para sempre que pode haver no agora.

terça-feira, 5 de abril de 2011

a hora certa é a hora que acontece.

Qual é a hora certa pra acontecer as coisas???
A hora do desejo?
A hora do outro?
A hora que eu me digo pronta?
A hora do relógio, do despertador?
A hora do algo maior?
A hora que a gente cresce?
A hora que a gente cala, ou fala?
A hora...
A hora que estamos dispostos?
Disponíveis?
A hora do SIM?
Qual é?
Se minha procura se mostrou agora,
essa é a hora.
Agora.

Bel 05/abril

Está sendo assim...

O telefone tocou, a pessoa falou, o coração disparou.
Calma, eu preciso ter calma mesmo que esteja acontecendo algo que estou esperando a muito tempo ou até achasse não poder mais acontecer.
Voltei no tempo...
Banheiro do Canal da Música, Festival de Cinema, ano de 2001/2002, não tenho certeza, uma moça que diz me conhecer me dá um Oi cheio de vida. -Oiiiiiiii
Naquela época eu tava cheia de falta de vida.
Recém chegada a Curitiba, em busca de tudo e nada, perdida, enfim...
Cheia de dúvidas mais precisamente.
A menina disse pra mim: "Bel, movimento gera movimento".
Eu achei legal mais tudo que eu menos fazia era me movimentar, estava adormecida e perdida mesmo...
Hoje 10 anos depois eu lembrei disso e preciso falar pra ela: "Gabi, é verdade. Valeu"
Misticismo ou não, eu movimento idéias, o corpo, as coisas, os sonhos, a mim e o que está ao meu redor.
Movi(mo)mento!

Bel 05/abril

sexta-feira, 1 de abril de 2011

senti agora ou pensamento para continuar

eu me divido entre o belo e o que me faz ter medo,
entre o brilho e o choro...
Se eu fecho os ouvidos e abro os olhos, ao contrário, eu sinto.
Não tem jeito, uma hora ou outra eu fico sabendo e de novo
me divido entre o bonito e o estragado, solidario e nojento...
bel nejur em 01/abril

quinta-feira, 31 de março de 2011

às vezes sinto uma pressão dentro de mim . como um emaranhado pulsante que de vez em quando sacia de alguma forma, mas continua a pulsar.
meu corpo se estende, não entende, tenciona. vacila.
às vezes sinto que meus braços desgrudam do meu troco. eu não sei o que fazer com eles . tenho vontade de guardá-los na caixinha preta que fica bem no meio das minhas costelas . me constrangem. às vezes me limitam.
.
e ainda , além disso , além de tudo isso, há uma menina apertando minha pele e descrevendo meu sorriso. sou uma pessoa constrangida. eu sorrio, envergonhada, de ter sorrido envergonhadamente .

sábado, 26 de março de 2011

Leia com atenção


Para segurança das bikes e da nossa
também, leia o cartaz acima.
Bel em 26/março

sexta-feira, 25 de março de 2011

Estar - Presente(s)

Presentes que ganahei por estar presente.
Na volta pra casa fiquei relendo pela segunda vez o que cada um de vocês falaram da minha "dança"e pensei: Como a dança da gente pode falar tanto da gente? Fala mais do que a gente falando de si mesmo.
Será a dança uma espécie de essencia? Fiquei assustada e radiante ao mesmo tempo.
Em casa mostrei pro marido e ele disse que tinha bastante "Dor" na minha dança segunda a turma. Eu concordei, mas penso que a dor dançada não precisa remeter somente a coisas ruins mais a momentos de total integra, de relamente estar presente sabe? Como um parto (pesquiso as vezes sobre partos, vejo imagens, converso com mães, por isso o meu exemplo).
Eu nem conheço a turma mais posso afirmar que vocês me conhecem MUITO. Sendo assim, MUITO prazer em estar conhecendo todos vocês.
Raximalaiá. Um obrigada em homenagem ao Diego que dividiu o improviso.
Bel em 26/março/2011

Latências

Tinha vontades de abraçar o mundo. De sentí-lo todo, pegá-lo no colo e niná-lo, num sentimento materno que tudo transpõe.

Conhecer cada água sua, cada verde. Abarcar tudo isso no seu próprio corpo.

E ainda não sendo suficiente o contato, engolí-lo. E aí, ventre molhado, luz azul que ilumina o corpo, dançar.

Primeiro contato. Contato imediato.

Você me fala seus interesses, eu anoto o que me interessa dos seus interesses depois eu danço cinco dos interesses que copiei dos seus e a gente conversa sobre o que você viu na minha dança dançada com os interesses que me interessaram dos seus interesses. IMP (Maira e Bel/ Bel e Maira). Maira, a foto é pra você guardar, nela diz os cinco dos seus interesses que me interessaram. Interessa?
Primeiro contato. Turma de desconhecidos. Muita observação. Me mostro, arrisco mais não sei muito o que falar depois da aula. Antes da aula tomo um café na padaria da esquina, a dona é muito simpática. Na volta ando um pouco pela XV e tiro fotos. Volto pra casa pensando mil possobilidades, ouvindo música, atenta e muito feliz. Esse dia foi 18/março/2011. Obrigada.

quarta-feira, 23 de março de 2011

IMP 2011

No dia 04 de março de 2011, demos início a mais um ano de trabalho do IMP - Investigação do Movimento Particular. O núcleo começou com força total! Muita procura, muitos inscritos, muita vontade de dançar. Sejam todos bem-vindo a abertura virtual desta nova etapa. Um ano cheio de movimento para todos nós!!!