quinta-feira, 8 de setembro de 2011

*****Sobre não ter um lugar, uma casa

Eu receio que esteja gravemente doente. São, talvez, momentos como esses que refletimos sobre coisas passadas.
Um artigo de vestuário de quando eu era jovem.
Uma jaqueta verde.
Um passeio com meu pai.
Um jogo que uma vez jogamos: Fingir que somos fadas. Eu sou uma menina fada, e meu nome é Lauralee. E você é um garoto fada, e seu nome é Teetery. Quando fingimos ser fadas, nós lutamos um com o outro.
E eu digo: "Pare de me bater ou eu morrerei". E você me bate de novo, e eu digo: "Agora eu tenho que morrer". E você diz: "Mas eu sentirei sua falta". E eu digo: “Mas eu tenho.”
E você terá que esperar um milhão de anos para me ver novamente.
E eu serei colocada numa caixa... E tudo que vou precisar é um pequeno copo d'água... E um monte de pequenos pedaços de pizza.
E a caixa terá asas como um avião. E você pergunta: “onde isso a levará?"
“Para casa”, eu digo.


(Charlie Kaufman)

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