Todos os sábados de manhã ia buscar o mar no fundo da concha. Encostava a vulva nacarada ao ouvido, fechava os olhos, e durante horas ficava ouvindo as ondas, perdido até sentir o gosto de sal.
Faltava porém alguma coisa.
Procurou nos anúncios de jornal, nas revistas espacializadas, escreveu cartas. Por fim conseguiu o que queria.
Agora aos sábados de manhã veste o calção, senta no sofá e, enquanto a mão direira segura a concha junto ao rosto, a esquerda puxa a corrente presa ao pé da gaivota para que ela grite estrídula, canto de liberdade sobre espumas.
A Morada do Ser - Marina Colasanti
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Lindão o texto.
ResponderExcluirOi Ju, sou Ibon nos encontramos ums minutos em Curitiba, que bom que vieste na nossa apresentaçao.
ResponderExcluirEstaba aqui a procura de teu mail mas nao encontre o teu contato,,, aqui va o meu e me contas algo: tutosalba@yahoo.es
un beso.