sexta-feira, 16 de março de 2012

olá queridx imp !
antes de tudo, peço desculpas pela minha longa ausência e não ter cumprido a minha promessa sobre escrever a respeito da residência ..

Bom, pra quem não sabe , desde o dia 5 de março estou em são paulo participando do LOTE#1, projeto de dança que escolheu colaboradores para participarem de diferentes laboratórios com diferentes artistas interlocutores.
A minha residência está sendo com a Paz Rojo, artista española : http://um.lote24hs.net/interventores/paz-rojo/

vou passar algumas anotações que fiz durante os dias:

" ... ( A Paz ) Tem contado a crise que a europa , e madri em si está sofrendo. Falou do sistema em si , da democracia, da questão de " existimos o no ?"
que somos " una materia humana dispersa , arrojada al capitalismo"
está o tempo todo relacionando a arte e nossa maneira de criar , ao sistema .
" la cuestión de la inutilidad: el estado no garantiza mi existencia, me hace inutil."
contou sobre um artigo que uma mulher escreveu a respeito de umas crianças que se machucavam. Elas se faziam feridas e mostravam " olha, fui eu que fiz " .. elas faziam as feridas e não deixavam que cicatrizassem, abriam-as, mostrando " olha, eu que fiz"...
Ela disse assim , a Paz : las heridas abiertas, una manera de probar que existimos. que existimos por cuenta propia. ( ... ) para que el cuerpo, permanentemente, me avise que existo. ( retomando a questão: El estado No Garantiza mi existencia )


" cuando entramos en crisis, es que ya no nos creemos lo que nos dice el sistema (el estado,sociedad,gente,midia).Te enfermas .... Entonces dicen que te curan ( el estado,sociedad, gente, mídia), pero en realidad te vuelves a creerlo todo . "

O seu foco no trabalho, agora, é nos mostrar como a gente está condicionado a pensar no futuro, de como a gente pensa no movimento para "fazer-lo-ei" em vez de FAZER e que o presente seja o meu presente e não o futuro.
entra a questão do capitalismo, de que temos que nos projetar, pensando em nossa utilidade futuramente, fazer uma faculdade pensando em como poderemos trabalhar, em como teremos um cargo a exercer, uma função na sociedade, um futuro. TER UM FUTURO, FUTURO . ( essa ideia a relacionei hoje, quando fiquei pensando )

Deu como referência um livro do Deleuze, "Lógica de la Sensación. Francis Bacon " e apontou alguns tópicos nele que eu anotei da seguinte forma:
" Como cancelar el " proyectarse", como entrar en una dinamica sensitiva con la acción de pintar .. ( em nosso caso, a ação de mover) "
La sensación es lo contrário de lo fácil y de lo acabado. Es inmediata, no explica, no inplica, y eso es el acontecimiento.
- No hay nada que hacer, futuro que contar, no hay nada que proyectar ... Envolver la cosa , y que ella nos envuelva."

Pensei muito nisso, acho que sim , estamos condicionados em não aproveitar o AGORA em sua maneira verdadeira. "


( preciso interromper aqui .. continuo daqui a pouco .. PROBLEMAS ! )

Um comentário:

  1. Obrigada pelo lindo compartilhamento, Ailen querida (saudades). Trabalhei com um trecho deste livro de Deleuze em 2008 com o Origami. A Ju Alves que nos trouxe e achei interessantíssimo. Podemos, quem sabe, resgatá-lo outra vez. Verei se o encontro. Siga movendo todos esses achados, são preciosos.

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