sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Minha Janela

O vento sopra indiferente,

O vidro tremula o vazio entre si e seus limites

Apenas a ausência.

E os espaços incompletos se tornam sons e movimentos

Mas se vê o silencio,

ecoando na essência de tudo que é

E se vê o tempo,

escrevendo com pó sua impaciência sobre os móveis

E a luz que reflete as cores, brilha por falta de opção

E tudo que se afirma, é sim por não poder ser não

Tem certas manhãs que eu preferia não estar aqui

E certas noites, se não fosse por você eu me deixaria até cair

Não que seja especial

Não que te considere real

Mas o vazio do teu silêncio, muitas vezes me conforta

E ainda que te esqueça, me levanto e fecho a porta

O lado de dentro, o lado de fora,

Eu sei, depende só de mim

E se eu fosse algo assim, não me permitiria abrir

Ao olhar pra você, E olhar o espelho

E olhar o reflexo, E ver o que vejo

Me perco em tantas incompletudes

E duvido que haja alguma maneira,

se somos todos feitos de nada

Porque no fim nos tornamos poeira?

A mesma que cai

Sem saber se ja chegou

Sem saber se é ou se deixou

Sem saber que sou igual e me pergunto

Pela janela do quarto, o outro lado

Pela janela da alma, o que não falo.


Escrito por: Israel Barros

3 comentários:

  1. Meooo deooos quem é Israel Barros? Isso é muito o que sinto durante o trabalho... a ausencia, o tempo e principalmente, palavras/movimentos que contrui na gotas da vidraça em silencio.

    ...

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