quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fui assistir o espetáculo "O Amor vem do nada..." lá no Pé no Palco, que inclusive tem assistência de direção do nosso amigo Douglas, e me deparei com um texto muito sensível e também inspirador. Aí vai:

"Queria amar, assim como quem lava os cabelos de uma mulher.
A mulher deitada na banheira e minhas mãos encaracolando espuma, friccionando a pele com a ponta dos dedos.
Desamarrar um por um dos cílios.
A cabeça dela para trás, os olhos fechados à espera.
Pode tentar, é como cumprimentar a relva logo cedo.
Antes de morar com uma mulher deve-se lavar seus cabelos.
Levar a dor de cabeça dela para longe.
Depois apertar levemente a esponja das sobrancelhas para completar o rosto.
Não exagerar a chuva com os relâmpagos.
Não exagerar a chuva com o vento.
Correr com a ligeireza da água pelos ombros.
Para amar, basta seguir a água.
Não se precisa de mais nada.
Basta imitar a água."

Fabrício Carpinejar

4 comentários:

  1. Muito bonita essa relação do amor com a água, um texto e uma relação que nunca tinha pensado!
    Lindo!

    ResponderExcluir
  2. é uma das minhas cenas preferidas na peça!

    ResponderExcluir
  3. carai, lavar os cabelos antes para levar sua dor de cabeca pra longe...aguoso

    ResponderExcluir