sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estar, no aqui e no agora...

Olá, meus queridos!

O encontro de hoje foi sensacional, hein!

Eu fiquei pensando algum tempo sobre o que fizemos e o que conversamos e percebi o quão difícil é dimensionar tudo isso que estamos vivendo. Dimensionar, entender, chegar a alguma conclusão. Mas acho isso ótimo porque nos coloca em um estado permanente de busca. Aí, resolvi compartilhar com vocês um pouco das minhas impressões sobre hoje e sobre essas questoẽs que me foram surgindo e creio não serem só minhas.

"Era uma borboleta preta com amarelo e marrom. Ela ajustava-se à nossa sombra que, em certo ponto, unia-se. Posicionava-se engraçadamente no meio como que para desfrutar de tudo. As pessoas que passavam não a percebiam. Por que não a percebiam? Singela, simples, natural, essência. Nela tomava forma toda a vida que havíamos constatado. Corpos, pessoas e rostos. Para todos os lados...
A vida pulsava nas pedras, no ferro, na água. A vida pulsava na água e no Sol. Até mesmo naquela folhinha já meio decomposta na fonte, como que para fechar um ciclo.
Céu; elementos imensos, como a vida o é. E em pequenezas como nas pombas que devoravam o bolo sem se preocupar com quem passava assim como as pessoas que passavam pela borboleta e também não se importavam com ela."

Porque essa sensação, desse viver, é liberdade. Mas liberdade, a vejo não como se fazer o que se quer mas sua postura ao assumir aquilo que deve ser feito. Como você faz escolhas?
Assumir uma postura libertária ou libertadora é a única (talvez não a única, mas a mais sincera) maneira de existência. E aí, a organicidade bota sem nem sequer pensarmos nela porque ela se torna natural. Porque a organicidade é inerente à existência. Existência como existir no mundo e não apenas estar nele.
Como é fascinante esse estado em que abrimos nossos poros para deixar que os estímulos e as coisas nos atravessem e gerem impulsos, movimento, dança. A ideia de se pôr em dança amplifica a disponibilidade. E aí, nesse estado, nos sentimos existindo.
E ele nos escancara a existência. A grandeza da nossa existência e ao mesmo tempo sua pequenez e efemeridade diante desse universo imenso e infinito. O ser humano também é infinito mas são infinitudes... diferentes. (Ah sim, como se pudéssemos conceber o infinito!!)
Como, a todo momento somos estimulados e bombardeados por tudo! Mas não nos presentificamos, de modo que não percebemos esse excesso que chega a ser brutal.
Como nós estamos sempre de passagem! Parece que vivemos indo... Mas chegamos? Chegamos aonde? Como presentificarmos mais, vivermos mais? è possível esse estado de porosidade sempre?
Passei a me perguntar até que ponto é possível estarmos nesse lugar, experenciando tudo mas pensando ao mesmo tempo. Até onde vai meu pensamento? Em que medida ele determina a ação? Ou, em que medida ele serve como consciência das percepções? Nesse estado de eminência o pensamento existe? Existe enquanto o quê? Como o quê? Como mediador, como agente, como observador?
Seria essa eminência desse estado o que mais aproxima o pensamento da ação? O racional do orgânico e o saber da experiência?

Beijos a todos e um ótimo fim de semana!

P.S: Achei o máximo o fim da parte do texto que lemos no encontro (a citação), justamente hoje, a última linda manhã de abril, depois de um mês tão chuvoso. Inspirador...

4 comentários:

  1. Woooooow, sensacional está essa sua postagem! Quantas reflexões e quão profundas elas estão em você! Sinto imensa verdade no que escreve e uma grande generosidade na forma de compartilhar. Teus questionamento te levarão ainda muito longe ... ao infinito incognoscível ... à liberdade inefável. Guardarei comigo, em algum lugar muito especial esta parte: A ideia de se pôr em dança amplifica a disponibilidade. E aí, nesse estado, nos sentimos existindo.
    E ele nos escancara a existência.
    Coloquemo-nos em dança, sempre!!!!!!!

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  2. Temos mesmo que dançar sempre! E depois dançar mais um pouco... é aí que eu me pergunto: até onde dimensiono a dança, cada movimento...de onde vem, por onde passar, para onde vai... cima,baixo, lado-lado, diagonais... aff, é preciso distrair a atenção porque ela não dá conta de todas as possibilidades, ainda mais sendo seres assimétricos que somos, nunca inteiros,sempre diferentes, no lado esquerdo o estômago, no direito o fígado, nunca igual dos dois lados. As questões desse texto me despertam para a relação que temos com o tempo, qual é o tempo que separa o pensamento da ação... tenho a sensação de que essa separação de tempos não é um atraso, mas sao tempos diferentes que tem o pensamento e a ação... mas eles podem se encontrar nesses tempos diferentes, mesmo que o encontro se de num delay.

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  3. linda escrita mari. me colocou em um espaço fenda, sentado eu estava mas em pleno movimento. um corpo chacoalhando por dentro. gracias.

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  4. Nooosaa me encontro agora mesmo numa situação parecia do baltazar! hehe
    Me senti bombardeada de informações e questionamentos, meu corpo pupila!
    Ao mesmo tempo também sinto o que o Gabi disse no último encontro que se deixarmos sempre nossa porosidade a flor da pele e praticarmos todos estes questionamentos no dia-a-dia, eu caio agora mesmo estabacada no chão de susto, medo, choque!

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