Olá, meus queridos!
O encontro de hoje foi sensacional, hein!
Eu fiquei pensando algum tempo sobre o que fizemos e o que conversamos e percebi o quão difícil é dimensionar tudo isso que estamos vivendo. Dimensionar, entender, chegar a alguma conclusão. Mas acho isso ótimo porque nos coloca em um estado permanente de busca. Aí, resolvi compartilhar com vocês um pouco das minhas impressões sobre hoje e sobre essas questoẽs que me foram surgindo e creio não serem só minhas.
"Era uma borboleta preta com amarelo e marrom. Ela ajustava-se à nossa sombra que, em certo ponto, unia-se. Posicionava-se engraçadamente no meio como que para desfrutar de tudo. As pessoas que passavam não a percebiam. Por que não a percebiam? Singela, simples, natural, essência. Nela tomava forma toda a vida que havíamos constatado. Corpos, pessoas e rostos. Para todos os lados...
A vida pulsava nas pedras, no ferro, na água. A vida pulsava na água e no Sol. Até mesmo naquela folhinha já meio decomposta na fonte, como que para fechar um ciclo.
Céu; elementos imensos, como a vida o é. E em pequenezas como nas pombas que devoravam o bolo sem se preocupar com quem passava assim como as pessoas que passavam pela borboleta e também não se importavam com ela."
Porque essa sensação, desse viver, é liberdade. Mas liberdade, a vejo não como se fazer o que se quer mas sua postura ao assumir aquilo que deve ser feito. Como você faz escolhas?
Assumir uma postura libertária ou libertadora é a única (talvez não a única, mas a mais sincera) maneira de existência. E aí, a organicidade bota sem nem sequer pensarmos nela porque ela se torna natural. Porque a organicidade é inerente à existência. Existência como existir no mundo e não apenas estar nele.
Como é fascinante esse estado em que abrimos nossos poros para deixar que os estímulos e as coisas nos atravessem e gerem impulsos, movimento, dança. A ideia de se pôr em dança amplifica a disponibilidade. E aí, nesse estado, nos sentimos existindo.
E ele nos escancara a existência. A grandeza da nossa existência e ao mesmo tempo sua pequenez e efemeridade diante desse universo imenso e infinito. O ser humano também é infinito mas são infinitudes... diferentes. (Ah sim, como se pudéssemos conceber o infinito!!)
Como, a todo momento somos estimulados e bombardeados por tudo! Mas não nos presentificamos, de modo que não percebemos esse excesso que chega a ser brutal.
Como nós estamos sempre de passagem! Parece que vivemos indo... Mas chegamos? Chegamos aonde? Como presentificarmos mais, vivermos mais? è possível esse estado de porosidade sempre?
Passei a me perguntar até que ponto é possível estarmos nesse lugar, experenciando tudo mas pensando ao mesmo tempo. Até onde vai meu pensamento? Em que medida ele determina a ação? Ou, em que medida ele serve como consciência das percepções? Nesse estado de eminência o pensamento existe? Existe enquanto o quê? Como o quê? Como mediador, como agente, como observador?
Seria essa eminência desse estado o que mais aproxima o pensamento da ação? O racional do orgânico e o saber da experiência?
Beijos a todos e um ótimo fim de semana!
P.S: Achei o máximo o fim da parte do texto que lemos no encontro (a citação), justamente hoje, a última linda manhã de abril, depois de um mês tão chuvoso. Inspirador...
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Woooooow, sensacional está essa sua postagem! Quantas reflexões e quão profundas elas estão em você! Sinto imensa verdade no que escreve e uma grande generosidade na forma de compartilhar. Teus questionamento te levarão ainda muito longe ... ao infinito incognoscível ... à liberdade inefável. Guardarei comigo, em algum lugar muito especial esta parte: A ideia de se pôr em dança amplifica a disponibilidade. E aí, nesse estado, nos sentimos existindo.
ResponderExcluirE ele nos escancara a existência.
Coloquemo-nos em dança, sempre!!!!!!!
Temos mesmo que dançar sempre! E depois dançar mais um pouco... é aí que eu me pergunto: até onde dimensiono a dança, cada movimento...de onde vem, por onde passar, para onde vai... cima,baixo, lado-lado, diagonais... aff, é preciso distrair a atenção porque ela não dá conta de todas as possibilidades, ainda mais sendo seres assimétricos que somos, nunca inteiros,sempre diferentes, no lado esquerdo o estômago, no direito o fígado, nunca igual dos dois lados. As questões desse texto me despertam para a relação que temos com o tempo, qual é o tempo que separa o pensamento da ação... tenho a sensação de que essa separação de tempos não é um atraso, mas sao tempos diferentes que tem o pensamento e a ação... mas eles podem se encontrar nesses tempos diferentes, mesmo que o encontro se de num delay.
ResponderExcluirlinda escrita mari. me colocou em um espaço fenda, sentado eu estava mas em pleno movimento. um corpo chacoalhando por dentro. gracias.
ResponderExcluirNooosaa me encontro agora mesmo numa situação parecia do baltazar! hehe
ResponderExcluirMe senti bombardeada de informações e questionamentos, meu corpo pupila!
Ao mesmo tempo também sinto o que o Gabi disse no último encontro que se deixarmos sempre nossa porosidade a flor da pele e praticarmos todos estes questionamentos no dia-a-dia, eu caio agora mesmo estabacada no chão de susto, medo, choque!