quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre a experiência

Nosso amigo Bondía (em "Notas sobre experiência e o saber da experiência") nos trouxe várias reflexões sobre como o tempo, a informação, o trabalho e várias outras coisas nos impedem ou prejudicam que tenhamos experiências. Um outro amigo, o Mauro Iasi, fala sobre essas coisas numa síntese poética:


"
As pessoas comerão três vezes ao dia
E passearão de mãos dadas ao entardecer
A vida será livre e não a concorrência
Quando os trabalhadores perderem a paciência


Certas pessoas perderão seus cargos e empregos
O trabalho deixará de ser um meio de vida
As pessoas poderão fazer coisas de maior pertinência
Quando os trabalhadores perderem a paciência


O mundo não terá fronteiras
Nem estados, nem militares para proteger estados
Nem estados para proteger militares prepotências
Quando os trabalhadores perderem a paciência


A pele será carícia e o corpo delícia
E os namorados farão amor não mercantil
Enquanto é a fome que vai virar indecencia
Quando os trabalhadores perderem a paciência


Quando os trabalhadores perderem a paciência
Não terá governo nem direito sem justiça
Nem juízes, nem doutores em sapiência
Nem padres, nem excelências


Uma fruta será fruta, sem valor e sem troca
Sem que o humano se oculte na aparência
A necessidade e o desejo serão termo de equivalência
Quando os trabalhadores perderem a paciência


Quando os trabalhadores perderem a paciência
Depois de dez anos sem uso, por pura obselecência
A filósofa-faxineira passando pelo palácio dirá:
"declaro vaga a presidência"!


(Quando os trabalhadores perderem a paciência. Mauro Iasi, em seu livro Meta-amor-fases)

Um comentário:

  1. Ai,ai,ai... tenho uma certa dificuldade para me expressar, seja falando ou escrevendo. Mas vou tentar! Bom, para minha primeira postagem gostaria de comentar meu contato na última sexta no IMP:
    Gostei muito do exercício proposto pela Ju (de sintonizar o rádio). Me senti muito bem fazendo e quero dizer o porquê.
    Faço o curso de dança moderna da UFPR, tenho aula de seg. a sex., mas nao exatamente o que eu quero pra mim, escolhi fazer por varios motivos, disciplina,técnica,aprendizado... e quando cheguei na sexta no IMP senti como se ali fosse um lugar meu, um lugar onde eu pudesse respirar, deixar de lado a rigidez, a obrigação de acertar (esquerda/direita...ai meo deossss pra onde eu vouuu?) e respirar...
    naquele dia essa era minha sintonia.

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